
Eu detesto a expressão "sair do armário". Me dá a impressão de ser algo tão espalhafatoso. Mas enfim, eu saí do armário quando tinha 18 anos. Claro que já faziam alguns anos que eu sabia que era gay, mas foi nesse ano que me senti seguro para contar aos meus pais. Muitos amigos meus já sabiam, até por que eles também eram gays. Minhas irmãs acabaram descobrindo esse fato um ano antes, por causa de uma carta, mas sempre me deram total
apoio. A parte difícil foi contar aos meus pais. E eu fiz da maneira mais simples possível. Chamei eles, um dia a noite, e falei "Mãe, pai, eu sou gay". Resultado: minha mãe saiu dirigindo pela cidade que nem louca e meu pai foi parar no hospital por falta de ar e taquicardia. Apesar daquela ter sido a pior noite da minha vida até hoje, não me arrependo nem por um segundo. Meus pais tem uma qualidade que eu admiro demais. Eles têm seus preconceitos, como qualquer pessoa normal. Mas o que eles não conhecem, eles vão atrás para conhecer, em vez de se fecharem para o assunto. Os primeiro meses foram complicados. Meus pais ainda não entendiam que não era uma opção minha ser gay. Me acusaram de contar para eles só para destruir a vida. Até hoje me lembro de uma analogia que minha mãe usou naquela época: eu demoli a casa de sonhos que eles haviam montado para mim. Mas os meses foram passando, a gente voltou a conversar e se entender e aos poucos, nós três construimos uma nova casa de sonhos para mim, baseado nas novas ideias que eles tinham. E hoje conseguimos discutir esse assunto muito bem. Creio que eles tenham superado muitos preconceitos por minha causa e eu fico muito feliz com isso. A prova maior é que meus pais conseguem contar para os amigos DELES que eles tem um filho que é gay e que eles gostam muito. Já tive dois relacionamentos sérios. Um deles foi pouco depois de eu ter contado para meus pais, eu tinha 18 anos. Eu realmente gostei do garoto, foi meu primeiro amor. O segundo foi quando eu já morava em Balneario Camboriu e tinha 22 anos. Na verdade, até hoje eu e ele vamos e voltamos rs. Hoje tenho 23 anos, me considero assumido e, graças ao rumo que eu escolhi para a minha vida, não tenho problemas em ser quem eu sou. Eu confesso que não me lembro bem dos desenhos que eu assistia quando era beeeem pequeno. Mas um momento marcando foi quando eu tinha uns 13 ou 14 anos. Naquela época passava um desenho japonês chamado Sakura Card Captor no Cartoon Network. E eu AMAVA esse desenho. E me lembro também que eu adorava o parzinho romantico da personagem principal. O nome dele era Shoran Lee, e eu tinha uma paixaozinha platonica por ele. =D
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