Santa Catarina, 1991
Pra explicar essa foto eu tenho que explicar como eu cheguei a esse lugar e pra isso eu tenho que fazer um breve perfil de mamãe...
Minha mãe é a única filha mulher de uma senhora italiana que teve DEZ filhos. Além de ser minoria ou talvez por ser minoria, ela era a ovelha negra de uma imensa família machista, provinciana e tradicional onde até mesmo a mãe dela valorizava mais os homens por algum motivo que não me interessa.
Aos dezoito anos minha mãe casou com o primeiro traste da "cidade grande" que encontrou apenas para se ver livre do seu lar masculino, depois de 5 anos de casamento ela teve a felicidade de acrescentar mais um adjetivo "negativo" ao seu já vasto de razões para ser rejeitada.
Voltou para a casa dos pais com uma filha e sofreu bullying de toda a família, fugiu com um hippie e foi encontrada anos depois com mais dois filhos, uma menina e um menino caçula que foi fotografado na Monark com cestinha da irmã mais velha, tudo que era delas era meu S2
Durante toda a minha vida eu fui mimado por 3 mulheres e comentado por uma enorme quantidade de ogros (irmãos de mamãe) que sempre diziam entre si que eu viria a ser gay e que ela não conseguiria criar 3 filhos sozinhas por motivos já referidos, que na opinião deles a tornava incapaz.
Com medo de falhar, minha mãe sempre me aterrorizou com a homossexualidade, me pressionava a falar grosso, a gostar de futebol, a olhar as meninas, a coçar o saco e a desligar a TV quando começava Chiquititas. Mas também me mimava muito, sempre me deu tudo que eu queria (Na cor azul), e evitava coisas perigosas com medo que eu me machucasse, pois não queria que a acusassem de não ser cuidadosa, por isso não sei andar de bicicleta, nem de patins, nem dirigir e nunca andei de moto...
Com 13 anos comecei a mostrar gosto por desenho. Desenhava Dragon Ball o dia inteiro e era apaixonado pelo Vegeta com seu jeitinho hostil e me mudei pra Portugal, pois a família da minha mãe adorou a ideia de vê-la muito longe.
Com 15 comecei a desenhar por mim mesmo, a criar coisas e todos diziam que eu devia estudar moda. Minha mãe odiava e com razão dizia que isso não dava futuro pra ninguém.
Quando eu tinha 17 anos, uns tios meus vieram a Portugal e ficavam dizendo pra minha mãe que era pra ela desistir, que eu era gay e o motivo principal era o meu hobbie/vício que como já disse, era desenhar.
Com 18 anos recém feitos, mamãe me mandou sair de casa, eu saí, comecei a trabalhar fora, trabalhei em todo tipo de subemprego como obra civil, lenhador, ajudante de padeiro... Tempos muito difíceis.
Até que entrei em uma loja onde ganhava muito bem e comecei a viver bem por minha conta, pintei o cabelo de loiro platinado e me jogava na noite, todas as noites. Essa época passou e hoje eu estou novamente morando com mamãe, nunca mais falamos sobre sexualidade, muito menos sobre a minha. Ela continua não gostando nada, e não tem medo de expor opiniões como "Gays são tarados", "Gays são pscicopatas", "Eles não têm vergonha na cara", mas nem ligo e com a ajuda dela estou prestes a abrir meu primeiro restaurante. Entendo que ela e qualquer pessoa seja anti-homossexualidade, todo mundo é “anti” algo que nasceu como nasceu, até eu sou...
Minha mãe é a única filha mulher de uma senhora italiana que teve DEZ filhos. Além de ser minoria ou talvez por ser minoria, ela era a ovelha negra de uma imensa família machista, provinciana e tradicional onde até mesmo a mãe dela valorizava mais os homens por algum motivo que não me interessa.
Aos dezoito anos minha mãe casou com o primeiro traste da "cidade grande" que encontrou apenas para se ver livre do seu lar masculino, depois de 5 anos de casamento ela teve a felicidade de acrescentar mais um adjetivo "negativo" ao seu já vasto de razões para ser rejeitada.
Voltou para a casa dos pais com uma filha e sofreu bullying de toda a família, fugiu com um hippie e foi encontrada anos depois com mais dois filhos, uma menina e um menino caçula que foi fotografado na Monark com cestinha da irmã mais velha, tudo que era delas era meu S2
Durante toda a minha vida eu fui mimado por 3 mulheres e comentado por uma enorme quantidade de ogros (irmãos de mamãe) que sempre diziam entre si que eu viria a ser gay e que ela não conseguiria criar 3 filhos sozinhas por motivos já referidos, que na opinião deles a tornava incapaz.
Com medo de falhar, minha mãe sempre me aterrorizou com a homossexualidade, me pressionava a falar grosso, a gostar de futebol, a olhar as meninas, a coçar o saco e a desligar a TV quando começava Chiquititas. Mas também me mimava muito, sempre me deu tudo que eu queria (Na cor azul), e evitava coisas perigosas com medo que eu me machucasse, pois não queria que a acusassem de não ser cuidadosa, por isso não sei andar de bicicleta, nem de patins, nem dirigir e nunca andei de moto...
Com 13 anos comecei a mostrar gosto por desenho. Desenhava Dragon Ball o dia inteiro e era apaixonado pelo Vegeta com seu jeitinho hostil e me mudei pra Portugal, pois a família da minha mãe adorou a ideia de vê-la muito longe.
Com 15 comecei a desenhar por mim mesmo, a criar coisas e todos diziam que eu devia estudar moda. Minha mãe odiava e com razão dizia que isso não dava futuro pra ninguém.
Quando eu tinha 17 anos, uns tios meus vieram a Portugal e ficavam dizendo pra minha mãe que era pra ela desistir, que eu era gay e o motivo principal era o meu hobbie/vício que como já disse, era desenhar.
Com 18 anos recém feitos, mamãe me mandou sair de casa, eu saí, comecei a trabalhar fora, trabalhei em todo tipo de subemprego como obra civil, lenhador, ajudante de padeiro... Tempos muito difíceis.
Até que entrei em uma loja onde ganhava muito bem e comecei a viver bem por minha conta, pintei o cabelo de loiro platinado e me jogava na noite, todas as noites. Essa época passou e hoje eu estou novamente morando com mamãe, nunca mais falamos sobre sexualidade, muito menos sobre a minha. Ela continua não gostando nada, e não tem medo de expor opiniões como "Gays são tarados", "Gays são pscicopatas", "Eles não têm vergonha na cara", mas nem ligo e com a ajuda dela estou prestes a abrir meu primeiro restaurante. Entendo que ela e qualquer pessoa seja anti-homossexualidade, todo mundo é “anti” algo que nasceu como nasceu, até eu sou...
- Primeiro Crush por pessoa famosa: Meu primeiro crush foi pelo Humberto Martins na época de Quatro por Quatro
3 comment(s) to... “Miguel Vettorazzi - SC e Portugal”
3 comentários:
MOOORTA AMIGO AHAZOU TO CHORANDO MAS AO MESMO TEMPO MTO ORGULHOSA DE VC, CONTINUE SEMPRE ASSIM MEU LINDO SOU FELIZ HEIM TER VC COMO MINHA AMIGAH
FIK HEIM PAS**
Q droga vc ter q viver c/ o preconceito da sua própria mãe,
mas parabéns por ter uma cabeça tão boa e saber compreender e lidar c/ isso!!
NOSSA, AMIGAH, SAUSOU COM ESSE POSTE ***
TO CHORANDO AKI
Postar um comentário